Comunicar & Conectar - Mikaela Övén https://blog.mikaelaoven.com Heartfulness & Parentalidade Consciente Wed, 25 Mar 2020 20:46:50 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.9.10 https://blog.mikaelaoven.com/wp-content/uploads/2017/11/cropped-MO_Simbolo_FullColor-32x32.png Comunicar & Conectar - Mikaela Övén https://blog.mikaelaoven.com 32 32 Transforma-te na outra pessoa e continua a partir daí https://blog.mikaelaoven.com/transforma-te-na-outra-pessoa-e-continua-a-partir-dai/ https://blog.mikaelaoven.com/transforma-te-na-outra-pessoa-e-continua-a-partir-dai/#comments Wed, 25 Mar 2020 20:46:50 +0000 https://blog.mikaelaoven.com/?p=15562 A maioria dos pais têm o desejo de que os filhos lhes obedeçam. Querem dar uma ordem, as crianças aceitam e executam. Muitos chefes sentem o mesmo.

The post Transforma-te na outra pessoa e continua a partir daí first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Transforma-te na outra pessoa e continua a partir daí aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>

A maioria dos pais têm o desejo de que os filhos lhes obedeçam. Querem dar uma ordem, as crianças aceitam e executam.
Muitos chefes sentem o mesmo. E em tempos de crise somos muitos que achamos que deveria bastar as autoridades indicarem o que é para fazer e toda a gente faz.

Mas mesmo quando temos autoridade, como pais ou chefes, através da nossa profissão ou como lideres de um país, o nosso poder não vai longe se os outros (os nossos filhos, colaboradores ou co-cidadãos) não acreditarem que o que estamos a fazer é com o seu maior interesse em mente.

A força de conexão, de aproximação, de empatia é muito maior que a força do controlo, da imposição e do julgamento, particularmente quando conseguimos encontrar o cruzamento entre as necessidades do outro e os nossos objetivos.

O Mestre Zen Tanouye Roshi dizia: “Transforma-te na outra pessoa e continua a partir daí.” Transformarmo-nos no outro significa escutar além dos nossos preconceitos e dos nossos julgamentos. Significa desligarmo-nos das histórias que estamos a contar sobre o outro, sobre o que ele deveria ou não deveria fazer, para assim entrarmos na sua mente e entender os seus pensamentos e as suas necessidades. Significa entender os seus medos e os seus receios, a sua forma de olhar o mundo. Aplica-se a pais, chefes, professores, vendedores, mediadores e em qualquer situação onde queremos influenciar o outro.

Imagino que possas estar a pensar que “nem sempre há tempo para isso!”. Mas não é bem assim. Paradoxalmente, ou não, empatizar profundamente oferece-nos rapidamente informação útil e quanto mais procurarmos praticar empatia mais rápido ainda. Quando conseguirmos calar o nosso comentador interno, a informação chega-nos num instante.

A partir daqui, temos a oportunidade de mostrar como o que estamos a pedir, está diretamente ligado às suas necessidades. Não quer dizer que o outro vai sempre concordar, mas a probabilidade de colaboração aumenta exponencialmente. Pois a vontade de empatizar quando recebemos empatia normalmente é grande. E assim, conseguimos influenciar através da conexão em vez do controlo. Quanto menos ego colocarmos neste processo de influencia, mais influência teremos, quanto mais nos focarmos em aproximação em vez do afastamento, melhor. E isso é verdade em qualquer relação.

Mas se continuares a agir achando que praticar empatia e influenciar o outro é para conseguires que o outro faça o que tu queres, então é provável que não tenhas sucesso, estás a continuar a querer controlar.

Eu entendo que em situações urgentes e em situações de crises muita gente não tem paciência para sequer considerar uma alternativa às ordens. Estamos ansiosos, angustiados, com medo do futuro. A incerteza é tanta que nos queremos agarrar às poucas certezas que há.

Se estás a ler isto e a sentir-te ofendida, ou que eu não percebo a gravidade da situação, e não tens abertura nenhuma para considerar o que estou aqui a propor, então é porque não estou a conseguir empatizar o suficiente contigo.

Entendes onde quero chegar?

A influência não tem nada a ver com a força dos meus argumentos, o quão certa eu estou, o quão inteligente eu sou, que posição ocupo, onde me encontro na hierarquia, ou quantas pessoas têm a mesma opinião que eu. Não é sobre mim. É sobre a pessoa que quero influenciar. E por isso tenho de me “transformar nela”.

O primeiro passo é entenderes-te a ti mesma. Observa na primeira posição. Quais as tuas verdadeiras necessidades. Porque queres o que queres? Porque queres influenciar o outro?

O segundo passo implica por em prática o conselho do Tanouye Roshi: Transforma-te no outro. Entra nesta segunda posição. O que vês? O que sentes? O que precisas? O que queres? (quando és o outro)

O terceiro passo implica utilizares a informação que obtiveste para apresentares as tuas ideias através da empatia. Começa sempre por demonstrar empatia e compreensão. Reconhece a posição, as necessidades e as opções do outro. Mostra que sabes quais as suas necessidades e os seus desejos e explica como elas também podem ficar satisfeitas através da tua proposta.

Se não conseguires pensar em coisas concretas convida o outro a contribuir para a solução. Podes apresentar os teus receios, os teus medos, as tuas necessidades e desejos,  d e p o i s  de reconheceres os da pessoa que queres influenciar, seja ela o teu filho, o teu colega, a tua mãe ou um co-cidadão.

Numa situação de crise, mais do que nunca, temos de estar unidos. E quem conseguir influenciar mais e melhor, liderará o caminho para a solução.

The post Transforma-te na outra pessoa e continua a partir daí first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Transforma-te na outra pessoa e continua a partir daí aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>
https://blog.mikaelaoven.com/transforma-te-na-outra-pessoa-e-continua-a-partir-dai/feed/ 1
“É importante manter as rotinas!” Lemos e ouvimos por todo o lado. https://blog.mikaelaoven.com/e-importante-manter-as-rotinas/ https://blog.mikaelaoven.com/e-importante-manter-as-rotinas/#comments Wed, 18 Mar 2020 17:36:14 +0000 https://blog.mikaelaoven.com/?p=15558 “É importante manter as rotinas!” Lemos e ouvimos por todo o lado.
Partilham-se ideias de horários onde está tudo tão bem organizado....

The post “É importante manter as rotinas!” Lemos e ouvimos por todo o lado. first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo “É importante manter as rotinas!” Lemos e ouvimos por todo o lado. aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>

“É importante manter as rotinas!” Lemos e ouvimos por todo o lado.
Partilham-se ideias de horários onde está tudo tão bem organizado. E parece bonito e lógico e a coisa certa para fazer.

Depois reparo na tensão.

Recebo mensagens de mães que me dizem: “Não sei como conseguir. Organizar todas as refeições… Almoço, jantar, lanches… Fazer home schooling, inventar atividades, manter a casa limpa e organizada… fazer exercício… e ainda trabalhar à distância 8h por dia?!”

E acima disto tudo é preciso gerir a ansiedade, a angústia, a incerteza, o medo… E conseguir ser um porto seguro para os pequenos.

Fazem-se reuniões em família para estabelecer um horário mas depois temos de gerir os conflitos que aparecem quando alguém escolhe jogar Fortnite em vez de fazer as tarefas da escola no horário estabelecido…

“Olha aqui filho, diz que agora é para fazer trabalhos de casa! Por isso tem de ser! Tu comprometeste-te com isso para as 11h!!!”

“Não quero!!! O Manel está agora no Fortnite e quero jogar com ele!!!”

“Não! O horário é o horário…!”

Não acredito que rotinas muito fixas no meio disto tudo seja uma boa estratégia para todos… Pode ser para alguns, mas certamente não é para todos. Aqui por casa, não é de certeza. Para muitos, cria tensão, cria conflito, cria angústia desnecessários….

Esta situação é um grande momento de aprendizagem, é uma grande oportunidade para permitirmos que os nossos filhos aprendam a assumir responsabilidade pessoal, que aprendam a gerir o seu tempo. Que aprendam a definir intenções e objetivos. E que aprendam a adaptar-se a situações adversas e a serem flexíveis.

Ontem finalmente tínhamos por aqui os acessos todos da Escola Virtual, só que quando os miúdos se sentaram para trabalhar, a plataforma não estava a funcionar, e agora? O que vale um horário nessa situação? Os trabalhos foram trocados por um jogo de andebol e algum tempo a jogar na Playstation… E as 23h um dos meus filho esteve todo contente a finalizar os trabalhos para a escola.

O almoço aconteceu depois das 14h, e não comemos à mesa. Depois eu e o Pedro fechamo-nos para gravar o podcast e quando acabamos havia bolo e sumo de laranja natural e a mesa da cozinha estava posta para o lanche para a família toda.

Tentamos manter alguma rigidez com a hora de dormir. Mais por nós que por eles na verdade. Pois o nosso tempinho a dois no final do dia é precioso e essencial. Mas ontem não conseguimos. Mas ia-me chatear quando a Escola Virtual finalmente estava a funcionar e o miúdo estava todo contente? Eu não.

Hoje de manhã levantei-me depois dos miúdos e quando cheguei a sala os rapazes já tinham estado a trabalhar na Escola Virtual. A adolescente começou o dia por ver um episódio da série preferida do momento e agora está a estudar enquanto os irmãos andam entre andebol, Fortnite e Youtube.

Muito mais importante do que horários e rigor por aqui, é definir quais as intenções e objetivos do dia. Qual a intenção hoje? O que quero fazer? O que me comprometo fazer? E mais do que nunca sinto que uma das minhas perguntas preferidas faz sentido: “O que é mais importante Agora?”

Estamos bem. Tranquilos e sem grande conflitos. Por aqui, não ter rotinas fixas faz com que as coisas funcionem muito, muito melhor.

Por isso, hoje venho-te dizer: Tens permissão para NÃO manter rotinas fixas! Tens permissão para relaxar, para deixar as coisas fluirem. Tens permissão para não fazeres duas refeições quentes por dia. Cereais também servem para o jantar. Ou o almoço…. Tens permissão para não ser super mãe. Confia nos teus filhos. Tem paciência e coragem para os deixarem organizar-se. Fala das intenções e dos objetivos. Fala do mais importante.

E se manter um horário fixo funciona e ajuda na vossa família, então também está tudo certo!

The post “É importante manter as rotinas!” Lemos e ouvimos por todo o lado. first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo “É importante manter as rotinas!” Lemos e ouvimos por todo o lado. aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>
https://blog.mikaelaoven.com/e-importante-manter-as-rotinas/feed/ 8
Se a tua segurança não vier de dentro, vais-te sentir sempre inseguro https://blog.mikaelaoven.com/se-a-tua-seguranca-nao-vier-de-dentro/ Wed, 29 Jan 2020 17:07:32 +0000 https://blog.mikaelaoven.com/?p=15552 No meu trabalho com famílias e mulheres vejo isto em ação diariamente, esta busca de algo que virá de fora “salvar-nos”...

The post Se a tua segurança não vier de dentro, vais-te sentir sempre inseguro first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Se a tua segurança não vier de dentro, vais-te sentir sempre inseguro aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>
No meu trabalho com famílias e mulheres vejo isto em ação diariamente, esta busca de algo que virá de fora “salvar-nos”.

Eu posso ter mais e mais experiências loucas e viagens fantásticas… mas quanto mais coisas faço, mais difícil torna-se de superar a experiência anterior.

Eu posso ser uma mulher de sucesso, receber imensos elogios, ter muitas pessoas a seguirem o meu trabalho… mas há sempre quem tem mais de algo, há sempre alguém “melhor”… e quanto mais elogios tenho, mais quero, quantos mais seguidores tenho, nunca são suficientes…

Eu posso ter uma casa grande e segura. Posso ganhar muito dinheiro e conseguir poupar bastante, mas quanto mais tenho mais inseguro fico pois há mais que possa perder…

Eu posso ter imensos amigos, posso ter um parceiro que demonstra o seu amor a toda a hora.. ou talvez vários… mas parece que há sempre um vazio… parece sempre que falta um amigo… falta algo no meu parceiro… ou falta mais um parceiro…

Quando procuramos satisfazer as nossas necessidades psicológicas apenas de fora, nunca, mas nunca será o suficiente. Tudo que de alguma forma ameaça o meu estilo de vida, ou o estilo de vida que gostava de ter, é levado como uma ameaça à própria vida.

Se não conseguires ver e sentir que cada momento é uma experiência única e nova, estarás nesta vida insatisfeito.

Se não conseguires reconhecer o valor da própria vida, se não conseguires sentir o teu valor intrínseco vais-te sentir insuficiente.

Se a tua segurança não vier de dentro, vais-te sentir sempre inseguro.

Se acreditares que são os outros que te vão preencher, vais te sentir desconectado e sozinho.

E é bastante óbvio, não é… que tudo tem de vir “de dentro”… é basicamente um cliché que às vezes até pode irritar… Mas a relação que temos com nós mesmos foi tão condicionada na nossa infância que nem sabemos o que é isso que podemos encontrar “cá dentro”… parece tão inacessível e não temos referência nenhuma…
Em vez de nos terem mostrado que a nossa existência é que nos dá valor, que essa existência é uma experiência infinita que nos oferece a única segurança que necessitamos e toda a conexão que precisamos… Foi-nos incutido que os outros (os adultos) sabem melhor que nós. Que existe bom e mau comportamento e que só quando nos comportamos da forma certa merecemos amor. Criaram-nos dependentes de validação externa. Acreditamos que o nosso valor depende dos nossos resultados. Fizeram-nos acreditar que sem um parceiro não somos ninguém.

Mas o que podemos então fazer na prática… O que então devemos ensinar aos nossos filhos, e o que então podemos dizer a nos mesmo? O que podemos fazer?!

Bom o processo é mais um não-processo. É um parar. É um refletir. Um reconectar. Um experiençiar do que está aqui. É uma pausa. Não há volta a dar… não podemos continuar a correr…. só… E nessa pausa, entre estimulo e resposta, faço aquelas escolhas que me fazem crescer e mudar. E nessa pausa podemos reensinar ou reeducar o nosso sistema algumas lições sobre a vida e sobre nós.

(Experiência e Novidade) – A vida é uma experiência, sempre única, sempre nova, sempre inédita

(Importância e Reconhecimento) – A vida tem valor por si própria. EU tenho valor por mim próprio.

(Conhecimento e Segurança) – A vida suporta a vida. A vida é o que é.

(Ligação e Pertença) – Estamos todos ligados. Somos todos um.

O que é muito bonito neste processo é que podemos ajudar-nos uns aos outros. Não é preciso fazer tudo sozinho, não é cada um por si…. não é uma competição em relação a quem se sente melhor…

Tal como são os pais apoiam os filhos no seu crescimento, nos adultos podemos ser um espelho consciente uns para os outros. Nas minhas interações contigo posso estar curiosa em relação à ti, posso mostrar como aprecio cada momento contigo, como confio em ti, como tu tens valor para mim. E assim, ambos crescemos…
Quando eu tenho todas as minhas necessidades psicológicas satisfeitas, de dentro para fora, aparece um bem estar permanente. E este bem estar permanente não significa que estou sempre a sorrir, não significa que estou sempre toda feliz. Não significa que nunca choro ou nunca sofro… Significa que sou Vital. Que na minha vida há espaço para tudo que sinto, o agradável e o desagradável. Significa que tenho uma autoestima saudável. Que sei que tenho valor independentemente do que faço, tenho ou aparento…

E é neste estado que tenho as verdadeiras condições que permite mudar processos e resultados… e este estado que me leva a outro nível…

The post Se a tua segurança não vier de dentro, vais-te sentir sempre inseguro first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Se a tua segurança não vier de dentro, vais-te sentir sempre inseguro aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>
Quanto é que me devo preocupar (com o meu adolescente)? https://blog.mikaelaoven.com/quanto-e-que-me-devo-preocupar-com-o-meu-adolescente/ https://blog.mikaelaoven.com/quanto-e-que-me-devo-preocupar-com-o-meu-adolescente/#comments Tue, 14 Jan 2020 15:41:48 +0000 https://blog.mikaelaoven.com/?p=15542 Muitos adolescentes adorariam se os pais se preocupassem menos. No entanto, não querem que os pais não se preocupem nada...

The post Quanto é que me devo preocupar (com o meu adolescente)? first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Quanto é que me devo preocupar (com o meu adolescente)? aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>

“Porque nunca confias em mim?”

“Que chata, estás-me sempre a controlar, a mandar mensagens e a ligar….! “

“Calma, é só um almoço com os amigos, não é preciso fazer um drama!”

“Fica descansado pai, só vamos ao cinema, não precisas de ficar tão preocupado…”

“Siiiim, já sei que tenho que estudar, não precisam de estar sempre a repetir o mesmo!”

“Eu sei muito bem tomar conta de mim, posso bem ir ao médico sozinho.”

Uff!

Muitos adolescentes adorariam se os pais se preocupassem menos. No entanto, não querem que os pais não se preocupem nada. Querem ser vistos, mas não julgados. Para nós pais as vezes é bem difícil encontrar o equilíbrio. O que podemos fazer, é transformar a nossa preocupação em ação.

Aqui vão cinco coisas que te podem ajudar a transformar a tua preocupação em algo positivo:

1. Conta como te sentes. Em vez de começar por dar lições e sermões sobre o certo e o errado. Sobre o que é perigoso. Em vez de ameaçar, conta como te sentes. Admite que estás preocupado, que estás com medo. Sem passares a responsabilidade pelas tuas emoções ao jovem. Partilha qual a sensação de ser pai de um adolescente, de não saber, de te lembrares da tua própria adolescência.

2. Combina o que podem fazer para diminuir a preocupação. Partilha as tuas ideias e deixa o teu filho partilhar as suas. Um sms ou um telefonema ao meio da noite? Numa hora específica?

3. Sê curioso em relação a vida e as saídas do teu filho sem seres invasivo. Faz perguntas, sem interrogares. Faz partilhas, sem fazeres de conta que foste um adolescente muito bem comportado.

4. Lembra-te que crianças não querem preocupar os pais. Não querem magoa-los, nem faze-los ficar zangados ou tristes. Quanto mais compreensivo fores ao mesmo tempo como estás claro com os teus limites, mais provável que o teu adolescente lide bem com as tuas indicações.

5. É essencial entenderes que não podes influenciar tudo. Se o teu filho decidiu que quer beber alcool, a não ser que consigas controlar cada passo (e mesmo assim…) , ele vai conseguir faze-lo. É lamentável que seja tão fácil para um adolescente conseguir acool ou drogas, mas sozinho não vais conseguir evitar isso. Se acontecer, sentires-te um mau pai e assumir muita culpa, não vale a pena. No entanto, cultivando uma relação saudável com o teu filho, onde há espaço para a verdade, estás a criar a maior oportunidade possível para influencia-lo positivamente.

Para saberes mais sobre como cultivar uma boa e saudável relação com o teu filho adolescente, sobre como continuares a fazer parte da sua vida, então espreita o “Educar com Mindfulness na Adolescência”.

The post Quanto é que me devo preocupar (com o meu adolescente)? first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Quanto é que me devo preocupar (com o meu adolescente)? aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>
https://blog.mikaelaoven.com/quanto-e-que-me-devo-preocupar-com-o-meu-adolescente/feed/ 3
Como criar um ano mágico e louco em família https://blog.mikaelaoven.com/como-criar-um-ano-magico-e-louco-em-familia/ Mon, 30 Dec 2019 19:05:46 +0000 https://blog.mikaelaoven.com/?p=15534 Ao gravar o último Podcast IVM pus-me a pensar em “loucuras”, no sentido positivo. Aquilo que eu quero fazer, mas que outras pessoas acham “louco”.

The post Como criar um ano mágico e louco em família first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Como criar um ano mágico e louco em família aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>
Ao gravar o último Podcast IVM pus-me a pensar em “loucuras”, no sentido positivo. Aquilo que eu quero fazer, mas que outras pessoas acham “louco”. Aquilo que o meu coração dita, mas não materializo porque ainda não estou preparada para a “loucura”. E quanto mais pensava, mais crescia a vontade da criação de um ano 2020 louco! Se quiseres embarcar nesta viagem do 2020 louco, então além de ouvires o último episódio do podcast, podes refletir sobre isto:

Passo 1 (em 3): A intenção

O primeiro para a criação de um ano mágico e louco em família é pensares na tua intenção. O que queres deste ano, o que queres experienciar, criar, oferecer?
Tens coragem mesmo para criar um ano que defines como mágico e louco? Tens coragem para te afastares do “esperado” e do “suposto”. Tens coragem para te pores em causa, para questionares velhos hábitos e velhas crenças que obviamente não funcionam?

Passo 2 (em 3): As condições

Que tipo de condições tens e que condições precisas para o teu ano mágico e louco? O que precisas de fazer e preparar? Quem te pode ajudar? O que precisas de saber?
Como vais envolver o resto da família? Quais as necessidades de cada um? Como podes assegurar que todos estejam alinhados?

Passo 3 (em 3) – O Design

Quando tiveres uma intenção clara e quando souberes quais as condições necessárias podes começar a criar, a desenhar este ano mágico e louco. O que quer dizer esta magia e loucura na prática. O que tem de acontecer? O que vais/vão fazer? Como podes surpreender? Quais são as novas crenças que queres alimentar? Novos hábitos que queres implementar? Que tipo de relações queres criar?

Idealmente este processo não é feito sozinho, claro. É feito precisamente em família. Experimenta. <3

The post Como criar um ano mágico e louco em família first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Como criar um ano mágico e louco em família aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>
Como lidar com a “ingratidão” dos nossos filhos na hora de abrir os presentes https://blog.mikaelaoven.com/como-lidar-com-a-ingratidao-dos-filhos/ https://blog.mikaelaoven.com/como-lidar-com-a-ingratidao-dos-filhos/#comments Sat, 21 Dec 2019 20:14:03 +0000 https://blog.mikaelaoven.com/?p=15527 - Não há mais prendas?!
- Oh…. só tive 5 prendas… A Constança teve mais duas!

The post Como lidar com a “ingratidão” dos nossos filhos na hora de abrir os presentes first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Como lidar com a “ingratidão” dos nossos filhos na hora de abrir os presentes aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>

– Não há mais prendas?!

– Oh…. só tive 5 prendas… A Constança teve mais duas!

– Eu queria V Bucks para Fortnite, não o Monopoly!!!…

– Os headphones que eu queria não são desta marca!

E lá estamos nós, em frente da família, a ter de encarar a vergonha da “ingratidão” dos nossos filhos.


1. RECONHECE EM VEZ DE JULGAR

A primeira reação da maioria de nós quando ouvimos uma frase destas é de julgamento, de justificações ou tentativas de “salvar” a criança das emoções de desilusão.

– Isso não se diz! És um ingrato!

– Sabes, a marca que tu querias é muito cara e nós não temos dinheiro para isso.

– Oh, meu querido, não fiques triste… olha aqui, este brinquedo é tão giro!

Nenhuma destas opções ajuda na realidade a criança a sentir-se mais contente, nem a encontrar outras formas, mais socialmente aceites, de exprimir o que sente. Muitas vezes a conversa continua:

– Pois, sabes, não podemos ter tudo o que queremos e tu estás a ser um menino mimado!

– Não estou nada! Não é justoooooo

e lá acabamos por nos chatearmos e o espírito natalício sofre.

A alternativa é aceitar a reação da criança e reconhecer a emoção. Por exemplo:

– Os headphones que eu queria não são desta marca!

– Estavas cheio de esperança que ias receber os Headphones de Beats, não era?

– Sim…

– Pois, as vezes estamos com tanta, tanta esperança e queremos tanto uma coisa e quando não a recebemos é uma sensação mesmo desagradável, não é?

E a boa educação?! Bom, claro que a boa educação é importante. E é a nossa tarefa como pais mostrarmos aos nossos filhos o que significa agradecer, praticar gratidão e ser bem educado. No entanto, num momento de stress/ansiedade/frustração a criança não está numa boa condição para aprender. Primeiro, temos de tomar conta da emoção, para depois podermos ter o diálogo necessário para o resto. Neste caso, como podemos ser honestos e verdadeiros e exprimir a nossa desilusão sem sermos desagradáveis.

2. ASSUME RESPONSABILIDADE PESSOAL

Se segues o meu trabalho já sabes que um dos valores da parentalidade consciente é a responsabilidade pessoal. Nesta situação a responsabilidade de cada um é fundamental. Se tu estás envergonhada por causa do comportamento do teu filho, então isso, na realidade é um problema teu e não o do teu filho. Podes eventualmente argumentar ao contrário, mas não vamos chegar longe. 😉 Eu sei que não é fácil aguentar estas situações sem fazermos a coisa supostamente “certa” que é reprimir o nosso filho. Se tu estás muito preocupada nesta situação então isso é um excelente convite para tu lidares com as tuas emoções e as tuas necessidades. O que sentes e porque é que sentes o que sentes? Fala com o teu filho sobre o que sentes. Fala com as outras pessoas sobre o que sentes. E deixa as outras pessoas e o teu filho fazerem o mesmo. Deixa cada um assumir a sua responsabilidade pessoal.

E mostra com o teu comportamento como se recebe prendas que não era bem o que crias através das tuas reações autênticas (a criança vai saber se estás a fazer de conta!).

3. PERCEBE A SATISFAÇÃO

Eu adoro receber massagens. Claro que não as recebo tanto quanto gostaria. E não houve nenhuma única vez na minha vida em que me senti totalmente satisfeita após uma massagem. E quando acaba, agradeço… mas com alguma desilusão presente… Quero sempre mais! E não é porque não gostei, é precisamente porque gosto tanto!

Em vez de julgares a desilusão do teu filho, ouve e reconhece a satisfação!

– Não há mais prendas?!

– Não. Já foram todas entregues. Vi como te divertiste enquanto estavas a abrir as prendas! Era bom poder prolongar este momento, não era?

4. DEIXA A CRIANÇA SENTIR O QUE ESTÁ A SENTIR

Ao reconheceres as emoções da criança, ao notares a satisfação e ao assumires e deixares assumir responsabilidade pessoal, só falta uma coisa nesta partilha. Deixa a criança sentir o que está a sentir! Ficar triste porque algo bom está a acabar não é mau. É humano. E aprendemos a lidar com isso com pessoas que nos guiam gentilmente. Não precisa de ser como para muitos de nós, ir de uma insatisfação exageradamente demonstrada, para a mentira.

 

The post Como lidar com a “ingratidão” dos nossos filhos na hora de abrir os presentes first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Como lidar com a “ingratidão” dos nossos filhos na hora de abrir os presentes aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>
https://blog.mikaelaoven.com/como-lidar-com-a-ingratidao-dos-filhos/feed/ 2
A Censura do Futebol Feminino https://blog.mikaelaoven.com/a-censura-do-futebol-feminino/ https://blog.mikaelaoven.com/a-censura-do-futebol-feminino/#comments Thu, 20 Jun 2019 14:45:56 +0000 https://blog.mikaelaoven.com/?p=15478 Está a decorrer o Mundial de Futebol Feminino e levantam-se, uma vez mais, uma série de questões que nada têm a ver com os jogos que estão a decorrer. Por exemplo...

The post A Censura do Futebol Feminino first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo A Censura do Futebol Feminino aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>

Está a decorrer o Mundial de Futebol Feminino e levantam-se, uma vez mais, uma série de questões que nada têm a ver com os jogos que estão a decorrer. Por exemplo o facto de os média darem muito pouco destaque (embora seja mais que nunca motivo de destaque) e o porque de as mulheres ganharem muito menos que os homens. Um debate já antigo, que continua. E normalmente a resposta é sempre a mesma: tem a ver com o que o mercado quer e que quem tem mais público, recebe mais espaço nos média e mais dinheiro, bla bla bla. Lógico, ou talvez não. Acredito que seja interessante analisarmos um pouco a história do futebol feminino para entendermos melhor a situação do futebol feminino atual e porque é que campanhas como #GoEqual fazem sentido.

 

É preciso escavarmos um pouco por isso fica comigo!

Imagina que era o futebol feminino que era A cena. Já imaginaste? Então imagina também que eram as mulheres que enchiam os estádios de futebol com adeptos, absolutamente loucos por elas. Já agora, se não for pedir muito, imagina que havia equipas que conseguiriam trazer 53 000 pessoas para um jogo e que 14 000 pessoas ficariam de fora e imagina que os dirigentes do futebol (masculino) depois decidiu acabar com isto tudoBom, na realidade nem precisavas de imaginar, sorry. É que, na verdade, aconteceu mesmo. Wait, what??

Pois é, há 100 anos o futebol feminino era maior que o futebol masculino. Na Inglaterra o futebol feminino é que estava a dominar, totalmente.

No documentário When Football Banned Women (“Quando o Futebol baniu as mulheres) podemos aprender sobre um periodo no futebol britânico que foi escondido e esquecido. O documentário mostra-nos a história da Dick Kerr Ladies FC e sua super estrela Lilly Parr. A maior estrela de futebol na Inglaterra nos anos 20. Conta a lenda que a Lilly, que na altura tinha 14 anos, uma vez mandou uma bola com tanta força que partiu o braço de um guarda redes que disse que ela nunca lhe iria conseguir marcar um penalti (ouch!)

Isto tudo aconteceu durante a 1ª guerra mundial quando os homens foram à guerra e as mulheres saíram de casa para trabalhar.

Com os homens praticamente todos fora, a fábrica de Dick Kerr & Co em Preston precisava de mão de obra e só havia mulheres para trabalhar. Era um trabalho duro e monótono e sentiu-se a necessidade de atividade que pudesse fortalecer tanto a força física como o ânimo das trabalhadoras. Tal como tinha sido para os homens, o campo de futebol tornou-se um bom aliado.

As mulheres formaram uma equipa e depois de terem ganho a uma equipa de homens da própria fábrica, um empregado de escritório, Sr Alfred Frankland, fundou a equipa feminina Dick Kerr Ladies FC. Em 1917 a equipa jogou o seu primeiro jogo organizado contra uma equipa de outra fábrica. 10 000 pessoas viram o jogo e o lucro da bilheteira foi todo para causas solidárias.

Seria uma conclusão óbvia dizer que as mulheres entraram como substitutas temporárias dos homens que estavam na guerra. Mas a verdade é que o futebol feminino na Inglaterra tornou-se ainda mais popular quando os soldados voltaram da guerra. A atividade foi determinante para o espírito de um povo em sofrimento num pais que estava sob enorme pressão económica após a guerra. E além de aumentar a moral da população o dinheiro que se ganhava com os jogos das mulheres foi a salvação para muitas das famílias que sofriam os efeitos da guerra.

Com esta situação, tanto a quantidade de jogos como a popularidade das jogadoras aumentaram imensamente.

Em 1920 a equipa Dick Kerr Ladies jogou 30 jogos, fez 133 golos e foi apoiada por centenas de milhares de adeptos. 27 000 pessoas foram vê-las em Barry, 33 000 no dia a seguir em Bolton e em dezembro de 1920 esgotaram os 53 000 lugares no estádio Goodison Parks em Liverpool, e 14 000 pessoas ficaram de fora. Os jornais britânicos estavam em cima dos acontecimentos e as jogadoras eram verdadeiras estrelas. E a Dick Kerr Ladies conseguiu juntar mais de 10 milhões de libras para causas solidárias. E a maior parte das jogadoras trabalhavam full-time fora do campo, tal como acontece imenso ainda hoje.

Curiosamente, o que resta em termos da informação sobre este periodo limita-se quase exclusivamente a um scrap bookdo fundador e manager da equipa, Alfred Frankland e ao diário de uma das jogadoras, a Alice Woods, que tinha 16 anos quando se juntou à equipa. Enquanto o histórico do futebol inglês masculino se encontra bem documentado em museus e arquivos oficiais, a história do futebol feminino foi censurada e até eliminada pois havia muita gente a pensar que mulheres não deveriam jogar futebol.

Em 1921 o futebol feminino era mais popular que nunca, mas no dia 5 de dezembro a assocoação inglesa de futebol (FA) decidiu proibir os jogos das equipas femininas nos seus estádios. De um dia para o outro, as equipas femininas não tinham estádios onde jogar e passaram a ter de jogar sítios como parques públicos.

A justificação da federação foi vaga. Está documentado num documento da FA onde está escrito que é “muito desadequado para mulheres jogar futebole que tinha havido queixas em relação ao dinheiro para as causas solidárias. Nos jornais dizia que o jogo é mau para futuras mães”. As verdadeiras razões ficarão por apurar, mas existem algumas ideias e podemos concluir que o que aconteceu nesta altura, formou a forma que se olha, ainda hoje, para o futebol feminino.

Uma das teorias é que o futebol feminino se tornou demasiado grande e roubou recursos e atenção do futebol masculino. Mas no documentário, é nos apresentada uma teoria que dá que pensar: o futebol feminino tornou-se tão popular que não só ameaçava o futebol masculino e tudo relacionado com ele, como também a sociedade toda.

Após a primeira guerra mundial uma classe operária mais radical começou a crescer. Os mineiros lutaram pelos seus direitos e em março 1921 o estado fechou as minas de carvão. Ao mesmo tempo mais de 2 milhões de trabalhadores no setor de transportes ameaçaram fazer uma greve de apoio aos mineiros, algo que seria um golpe brutal à indústria britânica.

O governo britânico lutava para evitar um colapso total, ao mesmo tempo que os mineiros desempregados e os dois milhões de homens desempregados de outras áreas iam ver jogos de futebol feminino.

Dick Kerr Ladies e outras equipas, que até esta altura tinha doado o dinheiro que ganhavam aos combatentes e as suas famílias, comecaram a apoiar os trabalhadores em greve e assim transformaram-se numa peça importante numa luta política. A união que o futebol feminino oferecia ao povo e o apoio que dava, fez com que fosse considerada uma grande ameaça. Uma força progressiva e poderosa, grande e apoiada nomeadamente pelas classes mais baixas. Uma força revolucionária e, consequentemente, perigosa.

E assim, veio a expulsão devastadora dos estádios da FA em 1921.

As senhoras da equipa Dick Kerr Ladies decidiram continuar a jogar e foram fazer uma digressão aos EUA e Canadá em 1922. Mas ao chegar ao Canadá ficaram surpreendidas. Parece que o país, após pressão, decidiu cancelar todos os jogos e nos EUA só tinham adversários masculinos.

Foi só 50 anos mais tarde que a expulsão do mundo de futebol foi anulada, em 1971. Mas o comebackdo futebol feminino na Grã Bretanha tem sido muito desafiante.

Não podemos ter a certeza absoluta de que a conclusão no documentário é mesmo a verdade. Mas não deixa de ser extremamente interessante. E provável. O que não podemos negar é a forma como o futebol feminino tem sido censurada.

Inglaterra é considerado um grande exemplo no mundo de futebol. Tal como o Brasil. No Brasil o futebol feminino foi proibido em 1941 e foi legalizado novamente só em 1979.

E em Portugal? Bom, parece que há muito poucos registos históricos de futebol feminino. Há notícias a respeito de jogos realizados em 1935, no geral, encontrar informação sobre a história do futebol feminino em Portugal online não é muito fácil.

Ainda hoje meninas e mulheres na Grã Bretanha, no Brasil, em Portugal e em muitos outros países, lutam contra preconceitos e críticas contra o seu futebol. Felizmente começa-se a ver diferenças, mas para haver alterações a sério, temos em primeiro lugar de levantar a censura. Sim, falo em censura após ter observado a fraca cobertura do Mundial de Futebol Feminino em França. Tanto aqui em Portugal, como no próprio país organizador. Melhor do que antes, mas muito insuficiente.

Mas o que teria acontecido se o futebol feminino teria sido tratado de forma diferente, de forma igual ao futebol masculino? Se se tivesse continuado a dar espaço e destaque? – perguntam vocês (e pergunto eu).

Seria provável que o futebol feminino vivesse uma realidade bem parecida ao do masculino.

Certamente teríamos tantos exemplos de grandes futebolistas mulheres como homens. Se calhar falaríamos tão bem da Lilly Parr ou Alice Woods como do Pelé ou do Eusébio.

Talvez o futebol feminino tivesse continuado maior, ou não… Não sabemos. Só sabemos que é possível o futebol feminino ser grande, bem grande! A Dick Kerr Ladies FC provou isso. A equipa provou que pode ser enorme e o prémio que receberam foi a censura. E é importante lembrarmo-nos que a cobertura nos média é fundamental para gerar interesse e dinheiro.

Claro, not all Dicks are perfect (sorry… não resisti), mas podemos fazer a nossa parte. Além de apoiar movimentos como #GoEqual e interessar-nos por futebol feminino, podemos partilhar informação como esta, deixar de fazer comentários simplistas e fazer perguntas que realmente interessam.

E devemos entender que isto, é sobre muito mais que futebol.

Podes, e deves, ver o documentário aqui: https://www.youtube.com/watch?v=KckOhD-hRUY

The post A Censura do Futebol Feminino first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo A Censura do Futebol Feminino aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>
https://blog.mikaelaoven.com/a-censura-do-futebol-feminino/feed/ 1
Como ter uma vida feliz https://blog.mikaelaoven.com/como-ter-uma-vida-feliz/ https://blog.mikaelaoven.com/como-ter-uma-vida-feliz/#comments Wed, 29 May 2019 10:27:09 +0000 https://blog.mikaelaoven.com/?p=15467 Como ter uma vida feliz, um relacionamento feliz, crianças felizes, uma família feliz…. já deves ter lido uma data de artigos ou livros ou ter feito cursos em busca de felicidade. Eu pessoalmente, tenho uma relação amor - ódio com essa palavra.

The post Como ter uma vida feliz first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Como ter uma vida feliz aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>
Como ter uma vida feliz, um relacionamento feliz, crianças felizes, uma família feliz…. já deves ter lido uma data de artigos ou livros ou ter feito cursos em busca de felicidade. Eu pessoalmente, tenho uma relação amor – ódio com essa palavra. Pois estão a ser contadas tantas histórias sobre a felicidade que não são verdadeiras. Não é que não procure ser feliz… mas quero redefinir e ampliar o que quer dizer viver uma vida feliz. Cruzo-me com tantas pessoas no meu trabalho que por estarem a acreditar na ilusão da felicidade, não entendem que a vida que vivem pode ser uma vida feliz, sem mudarem nada além da forma como olham para a felicidade.

Numa vida feliz há espaço para a tristeza.

Numa vida feliz há espaço para a frustração.

Numa vida feliz há espaço para a irritação.

Numa vida feliz há espaço para as birras.

Numa vida feliz há espaço para o medo.

Numa vida feliz há espaço para a desilusão.

Numa vida feliz há espaço para a raiva.

Numa vida feliz há espaço para os erros.

Numa vida feliz há espaço para os berros.

Numa vida feliz há espaço para dias maus.

Numa vida feliz há espaço para os conflitos.

Numa vida feliz há espaço para a merda.

Numa vida em família feliz há espaço para todas as emoções. De todos.

Numa vida em família feliz há espaço para todas as necessidades. De todos.

Todas as estratégias, métodos e técnicas que te são vendidas para eliminares as coisas ”más” na vida, são condenadas a falhar. Não existe visualização, meditação, listas de gratidão, comprimidos ou cursos de desenvolvimento pessoal ou outra coisa qualquer que podem eliminar o sofrimento da tua vida. A única ”formula” é entenderes e integrares que o sofrimento e a infelicidade existem, e existirão sempre… vêm, ficam um pouco e vão.

Há muita gente a achar que eu e o Pedro temos uma relação perfeita, que os nossos filhos são sempre bem comportados e que a nossa vida em família é espetacular. A verdade é que eu e o Pedro temos uma relação perfeita, as vezes. Os nossos filhos são bem comportados as vezes. E a nossa vida em família é espetacular, as vezes. E outras vezes é completamente ao contrário. Ao desistirmos da busca da felicidade e ao aceitarmos que a vida as vezes também contêm infelicidade, o ”as vezes” transformou-se na realidade em ”a maioria das vezes” .

É precisamente a coragem de abraçar a infelicidade que faz da família feliz uma família feliz. É a coragem de sermos infelizes, que nos permite ser verdadeiramente felizes. Até poderíamos alegar que é a própria fuga da infelicidade que nos faz infelizes.

Alice Miller (psiquiatra austríaca) dizia que o contrário da depressão não é a felicidade, é a vitalidade- a liberdade de sentir todas as emoções espontaneamente (e eu acrescentaria; sem julgamentos). E na minha vida a vitalidade tornou-se numa intenção clara, pois na vitalidade há espaço tanto para a felicidade como para a infelicidade. Há espaço para viver a vida tal como ela se apresenta.

Há uma pergunta que as vezes faço que dá alguns nós mentais. É uma pergunta bem poderosa que pode revelar muita coisa e hoje quero finalizar com ela: o que fazes para ser feliz que te torna infeliz?

The post Como ter uma vida feliz first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Como ter uma vida feliz aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>
https://blog.mikaelaoven.com/como-ter-uma-vida-feliz/feed/ 3
Meditar está na moda… está na moda! Mas porque devo meditar e como funciona? https://blog.mikaelaoven.com/meditar-esta-na-moda/ Tue, 21 May 2019 21:19:36 +0000 https://blog.mikaelaoven.com/?p=15456 Lá estava eu, mais uma vez desiludida comigo. Não consegui meditar. Apareceram pensamentos atrás de pensamentos, estranhamente envolvidos numa teia sem início nem fim… histórias elaboradas sem grande sentido, parecia um filme….. ”Meditação não é para mim!”, pensei.

The post Meditar está na moda… está na moda! Mas porque devo meditar e como funciona? first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Meditar está na moda… está na moda! Mas porque devo meditar e como funciona? aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>

Lá estava eu, mais uma vez desiludida comigo. Não consegui meditar. Apareceram pensamentos atrás de pensamentos, estranhamente envolvidos numa teia sem início nem fim… histórias elaboradas sem grande sentido, parecia um filme….. ”Meditação não é para mim!”, pensei. Estava com dores no corpo, principalmente nas costas. Tinham sido 10 minutos! Só 10 minutos e eu achei que o melhor era desistir e encontrar outra atividade qualquer que me pudesse ajudar com a minha ansiedade. Ou talvez mesmo fosse mesmo melhor ir à farmácia com a receita que o médico me tinha passado.. Não estava a ganhar nada com a aquilo. Estava só a ficar irritada por não conseguir praticar.

Mas, algum tempo depois daquele momento, encontrei-me com o Mindfulness e alguns ensinamentos novos… e finalmente percebi. Não tinha de não pensar nada. O problema não eram os pensamentos. Era a forma como eu me relacionava com eles. E lá continuei. E continuei. Algumas vezes mais irrequieta que outras, mais presente que outras, mas persistente. E assim continuei.

Noutro dia estava a dar um workshop sobre Mindfulness e como sempre houve pessoas que disseram que já experimentaram e que não sabiam fazer, que era difícil e que não era bem para elas. Houve também pessoas a questionarem como funciona e quais os benefícios específicos. Tenho sempre algum receio em falar sobre estas coisas pois sinto que condicionam imenso a prática, de uma forma que não é benéfica. A prática de Mindfulness não é uma dieta ou um programa no ginásio. É muito, muito mais que isso…

Bom, primeiro é preciso referir que não se medita bem, nem se medita mal. Medita-se. E umas vezes é de uma forma, outras vezes de outra. Torna-se mais fácil com a prática e mesmo assim haverá sempre alturas mais desafiantes. E está tudo bem.

Quanto ao funcionamento. Muito resumidamente, a meditação e a prática do Mindfulness ”funcionam” por causa da forma como afetam e transformam o funcionamento do cérebro, ajudando a criar novos circuitos. Os novos estímulos que acontecem através da meditação aumentam o tamanho do córtex, a massa cinzenta (que é onde acontecem as ligações neuronais da organização cognitiva do cérebro) através da ativação e sincronização de todas as zonas cerebrais. O cérebro esquerdo abranda (a parte mais racional) e o cérebro direito é ativado (a parte mais intuitiva e sensível, com uma percepção mais global). Cada vez que meditamos este processo acontece. É como se estivéssemos a treinar um músculo. E com cada cada meditação, cada vez que nos lembramos de praticar Mindfulness estamos a fortalecer esse músculo. A prática torna-se cada vez mais natural. E é este processo, que faz com que existam tantos benefícios.

Se ainda queres saber dos benefícios… quero-te antes falar em ”efeitos secundários”. Então, olha para esta lista bem impressionante:

  • redução de stress e ansiedade

  • mais compaixão e empatia

  • redução da frequência cardíaca

  • melhor recuperação após doença

  • melhor atenção, concentração e foco

  • mais massa cinzenta no cérebro

  • mais criatividade

  • redução de estados depressivos e prevenção de recaídas

  • melhor digestão e perda de peso

  • melhor sono

  • maior bem estar

  • abrandamento do envelhecimento cerebral

  • distanciamento dos próprios pensamentos

  • melhor vida sexual

  • maior capacidade de agir em consciência

  • melhoria na relação com os outros

  • experiência da parentalidade mais satisfatória

Talvez já tenhas explorado o tema do Mindfulness com o intuito de ganhar algum benefício. Normalmente, existe algo que nos leva até a prática. O desejo de se sentir menos ansioso (como no meu caso), a vontade de aumentar a atenção, a necessidade de lidar com uma doença, o desejo de ser uma mãe mais calma…

Foi só quando eu deixei ir a enorme vontade de sentir mais tranquilidade e menos ansiedade que conseguia respirar direito enquanto meditava. Até lá a minha respiração ficava ”presa”, sentia-me asmática.

Seja qual for a tua razão, quero-te fazer um convite. Agradece a razão que te trouxe até aqui e deixa-a ir. Deixa ir também todas as ideias sobre o que possa estar efetivamente a acontecer no teu cérebro, e no teu ser. Entrega-te a prática de Mindfulness pela prática em si. Mais nada. O desejo de obter um certo resultado impede o verdadeiro ”resultado”, a verdadeira descoberta. Quando temos algo em específico em mente tendemos a avaliar a experiência à luz desse desejo. Tal como eu fazia. A meditação não funcionava pois eu continuava a sentir-me ansiosa. E tenho visto muita gente a desistir da prática assim.

Sê generosa ou generoso, ou seja, pratica sem esperar nada em troca e observa o que acontece.

Nas palavras de Albert Camus:

”A verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente.”

E assim, já começaste a tua prática!

Aqui vai uma sugestão de prática que podes utilizar nos próximos dias:

STOP (pausa consciente):

S – Stop: para imediatamente o que estás a fazer, se for necessário, afasta-te da situação.
T – Toma um momento para respirar! Foca-te na tua respiração. Observa três ciclos inspirando e expirando.
O – Observa o que está a acontecer em ti, sem julgamentos e com compaixão. O que sentes? Quais as tuas necessidades neste momento? O que identificas como difícil, preocupante ou intolerável?
P – Procede com a situação. Com tranquilidade e sem julgamentos comunica o que tens a comunicar. Faz o que tens a fazer.

The post Meditar está na moda… está na moda! Mas porque devo meditar e como funciona? first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo Meditar está na moda… está na moda! Mas porque devo meditar e como funciona? aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>
”Eu não te dei autorização!” – As partilhas sobre os nossos filhos nas redes sociais https://blog.mikaelaoven.com/eu-nao-te-dei-autorizacao/ Thu, 16 May 2019 15:00:46 +0000 https://blog.mikaelaoven.com/?p=15450 ”Eu não te dei autorização!” dizia-me um dos meus filhos. Era sobre uma partilha que eu tinha feito no facebook. Uma partilha que fiz com total sensação que tinha sido autorizada pela criança em questão.

The post ”Eu não te dei autorização!” – As partilhas sobre os nossos filhos nas redes sociais first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo ”Eu não te dei autorização!” – As partilhas sobre os nossos filhos nas redes sociais aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>

”Eu não te dei autorização!” dizia-me um dos meus filhos. Era sobre uma partilha que eu tinha feito no facebook. Uma partilha que fiz com total sensação que tinha sido autorizada pela criança em questão. Mas agora, tinha a minha frente um ser que sentia que a sua integridade estava ferida. E ferir a integridade, é algo que não quero mesmo fazer.

Uns dias antes desta conversa, que aconteceu entre todos no carro no final do dia, tinha lido um artigo de uma jovem adolescente que, ao criar contas nas redes sociais pela primeira vez, descobriu as partilhas que a mãe e a irmã já tinham feito imensas partilhas sobre ela. Algo que a fez escrever que se sentia traída.

Muitas vezes defendemos as nossas partilhas com o ”pergunto sempre ao meu filho primeiro e só partilho o que ele autoriza”. Tantas vezes que também disse isso. Mas naquele dia, no carro, estávamos cansados e com fome. E fui acusada de não ter agido bem, mesmo que eu tivesse a certeza absoluta de que tinha agido de acordo com o combinado.

Refleti sobre como é fácil autorizarmos uma partilha de algo nosso, uma fotografia ou uma história, quando estamos num bom momento. Quando estamos bem dispostos e quando nos sentimos próximos da pessoa que nos está a pedir. E como isso pode mudar, totalmente, no dia em que nos sentirmos com poucos recursos, num momento em que não sentimos tanta conexão, com a mesma pessoa. E como nesse momento, aquela partilha, com a qual até na altura concordamos, nos pode causar sensações desagradáveis, podemos de repente sentir que fomos usados… podemos sentir que a nossa integridade foi ferida.

Imagina, é um pouco como ir fazer uma tatuagem quando estás bêbada. Ou de deixares que te tirem uma fotografia nua num momento apaixonante.

E agora?

Bom, não acredito que haja respostas certas nem erradas, mas acredito que é necessária reflexão ponderada sobre este tema. Uma criança que nasce hoje em dia, em princípio não tem escolha sobre a pegada digital que quer deixar. Aliás, a pegada é feita por ela desde o primeiro momento, com fotografias da barriga da mãe e das ecografias. E assim continua. Algumas pessoas escolhem não fotografar a cara e sentem que essa é a forma mais certa. Outras não partilham fotos nenhumas mas partilham histórias e diálogos. E quero aqui deixar um convite à reflexão. E quero chamar à atenção às partilhas dos diálogos e das histórias. Pois não estamos aqui apenas a falar de fotografias (parece que às vezes discute-se este tema como se o único problema fossem as fotografias). Chamo particular atenção a este ponto, porque eu sou uma daquelas que no passado já partilhei muitos diálogos. Daqueles giros, com muita piada. E os sábios e profundos. E deixei de o fazer. Mas demorei a perceber o impacto que podem ter na relação com os meus filhos.

Como fazer então? Perguntar é sempre um bom começo. Mas por outro lado, a partir de que idade terá a criança consciência o suficiente para entender com que é que está a concordar? Se querem mesmo uma idade, então pensando com lógica. Cada rede social tem uma idade mínima para utilização. Supostamente acreditam que se entende o funcionamento da rede apenas a partir dessa idade. E os perfis são pessoais. Se o fornecedor dar rede acha adequado a sua utilização apenas a partir de uma certa idade então a própria pessoa não pode ter uma conta nem fazer partilhas suas antes dessa idade. Para facebook, por exemplo, isso implicaria apenas a partir dos 13 anos.

Entendo que vai haver muita gente que não acha isso viável. E por mim tudo bem. Isto é apenas um convite a reflexão. Na realidade acredito que depende. Depende de criança para criança. Depende das necessidades emocionais da criança (para quem conhece o modelo LASEr sobre qual falo no Educar com Mindfulness utiliza este conhecimento na tua reflexão). Depende se a estamos a manipular a partilha ou não. Depende. E depende entre outras coisas das respostas a algumas perguntas que te convido a fazer.

  1. Qual é a minha intenção? Porque é que quero fazer esta partilha?

  2. Como é que o meu filho se vai sentir quando descobrir esta partilha no futuro (quando pré-adolescente ou adolescente)?

  3. Como é que eu me sentiria se alguém que eu amo profundamente fizesse uma partilha equivalente sobre mim, agora?

Acredito que estas perguntas deverão ser feitas mesmo quando a criança autoriza uma publicação. E acredito que têm de ser feitas com total honestidade. Se forem enroladas numa série de desculpas e justificações, então não são honestas. (e sim, eu fiz as perguntas em relação a este artigo).

No próximo Podcast IVM, que conta com a participação especial da atriz Vera Kolodzig, falo precisamente deste tema, com tantas linhas subtis entre a invasão da privacidade e integridade da criança e a nossa vontade como pais.

Fica atent@! Vale MESMO a pena ouvir 🙂

The post ”Eu não te dei autorização!” – As partilhas sobre os nossos filhos nas redes sociais first appeared on Mikaela Övén.

O conteúdo ”Eu não te dei autorização!” – As partilhas sobre os nossos filhos nas redes sociais aparece primeiro em Mikaela Övén.

]]>